Num instante,
de repente,
cá estava eu
novamente
pensando
como todos
os outros.
E bateu aquele aperto,
aquela cobrança
de que tenho que ser mais,
ou melhor,
de que tenho que ter mais
daquilo que uns têm
e que outros nem têm.
Números, números, números…
O homem venera os números
porque sempre se pode
acrescentar mais um…
Então o homem se esquece
de aproveitar de verdade
aquilo que tem,
e aproveita
ainda muito menos
aquilo que é.
Porque nunca lhe convém
se sentir bem
com o que já tem.
Existe a Terra do Nunca
e a Terra do Sempre…
Sempre correndo atrás
de números.
É nessa que a gente vive.
É o mundo do
tenho, você não tem;
fui, você não foi;
vou, você não vai;
você já foi?
Eu fui mais...
Mas todos se vão!
Enquanto isso,
não preciso de muito
para ser feliz.
Por isso relaxo e respiro,
afinal, eu prefiro
pensar e existir.
Prefiro viver,
ao invés de passar
a maior parte do tempo
insatisfeito e tentando
decorar números,
em busca de mais números.
Ricardo Starling
Brasília, 4 de fevereiro de 2021.
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É uma triste realidade. Temos que respirar mais, sem dúvida, pensar mais, aproveitar da melhor forma o tempo.
Gostei de ver o seu blogue, vou ver um pouco mais seu conteúdo, entender a sua forma de expressão.
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Obrigado, Irina. Bem-vinda ao meu humilde espaço nesta imensidão virtual… Neste universo digital.
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Sensacional, Ricardo! Me identifiquei tanto… a cada diz vejo como preciso de menos e como ter menos é libertador. Adorei suas músicas e textos!
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Libertador! Que bom que gostou, Nicole. Fico muito feliz. Seja bem-vinda ao meu pequeno espaço virtual.
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