Baião de Dois – Brasil, Portugal e Cabo Verde

Hoje é um dia especial! Minha música Baião de Dois estreará em 10 rádios parceiras a partir de hoje (domingo, 10 de outubro de 2021) até domingo que vem. Na lista estão oito do Brasil, uma de Portugal e uma de Cabo Verde (África).

Assista ao vídeo para conferir a programação.

Abraços.

Sociedade dos Poetas Velhos

Flagrei-me lendo devaneios
Sugados dos olhos para as veias
Como rios e seus veios

Versos cheios de rodeios
Presos como insetos nas teias
Secos como dejetos nos passeios

É chegada a hora
Então, não demora
Vamos embora

Deixando para trás
O que não satisfaz
O que não nos compraz

A velha poesia
Aquela utopia
Sem graça
Nem de graça

Ou seria distopia
De poetas com miopia?
Fibromialgia ou achismo?
E, pra piorar, com astigmatismo...

Precisamos rejuvenescer
Para continuarmos a crescer

Ricardo Starling
Brasília, 9 de outubro de 2021

Antropocentrismo Apocalíptico – esse texto é só para os humanos

Muitos se sentem ofendidos quando afirmo que nós humanos temos comportamentos similares aos das pragas!

Dependendo do humor, digo até que SOMOS uma praga (risos).

Explico.

É que, por onde passamos, provocamos destruição do meio ambiente.

Aliás, sob este prisma, conseguimos ser ainda piores do que as pragas, pois, biologicamente falando, as pragas buscam apenas se alimentar e reproduzir (e existem outros elementos que NATURALMENTE controlam as pragas).

E quem é que controla os humanos?

Abro um pequeno “parêntese” para dizer que acredito que a maioria dos que estão lendo este texto cursaram, ao menos, o que hoje é considerado “Ensino Fundamental”. E, dentre outras, aprendemos, naquela etapa, noções básicas e gerais de ciências, história, português, matemática.

Tomando a liberdade de generalizar (e eu sei que existem exceções), o homem tem a DOENÇA de “achar que todo o Universo existe exclusivamente em sua função”.

Tem gente que se acha mais importante que o Sol…

E isso não é “privilégio” do homem moderno e engomado.

Há dezenas de milhares de anos (aprox. 70 mil), os humanos se espalharam, a partir da África, para o resto do Planeta.

Antes mesmo da Revolução Agrícola (há 12 mil anos) e da invenção da escrita e do dinheiro (há 5 mil anos), os homens da Idade da Pedra já haviam contribuído significativamente para a extinção (1) das demais espécies humanas (“neanderthalensis” e “floresiensis”); (2) de 90% dos animais de grande porte da Austrália; (3) de 75% dos grandes mamíferos da América; e (4) de 50% de todos os grandes mamíferos do mundo.

É óbvio que nossos ancestrais não tinham consciência de que, para se alimentarem, fazerem roupas etc., matavam mais exemplares do que a capacidade de procriação de tais animais.

Só que hoje temos plena consciência das consequências de nossos atos. Entretanto, o desenvolvimento econômico e tecnológico é uma DROGA VICIANTE e extremamente LETAL.

Neste ponto, colaciono as palavras do professor de Direito Ambiental Frederico Amado:

“Com efeito, embora queira, felizmente o homem não tem o poder de editar as regras da natureza, contudo tem o dever de respeitá-las, sob pena de o meio ambiente ser compelido a promover a extinção da raça humana como instrumento de LEGÍTIMA DEFESA NATURAL, pois é inegável que o BICHO-HOMEM é parte do todo natural, mas o EGOÍSMO HUMANO (visão antropocêntrica pura) cria propositadamente uma MIOPIA TRANSINDIVIDUAL, em que poucos possuem lentes para superá-la.

É preciso compreender que o crescimento econômico não poderá ser ilimitado, pois depende diretamente da disponibilidade dos recursos ambientais naturais, que são limitados, já podendo, inclusive, ter ultrapassado os lindes globais da sustentabilidade.”

Continuando, não é necessário muito esforço intelectivo para enxergar que a CRENÇA de que somos superiores à fauna e à flora (quiçá ao Universo) é o elemento central da ordem legal-política-econômica global.

E mais.

O expansionismo e o consumismo desenfreados já nos impulsionam para partirmos da Terra em busca de novos meios ambientes exploráveis.

Para isso, precisaremos ACABAR DE VEZ com o meio ambiente do Planeta em que vivemos, com o fim de desenvolvermos condições para as futuras JORNADAS: Naves Espaciais que não explodam – porque ainda explodem – e incontáveis tecnologias vinculadas.

É, meus caros… Só que quando chegar o momento de partir (se é que chegará), aqui, na INABITÁVEL Terra, será deixada para trás a IMENSA MULTIDÃO de humanos desprovidos de condições financeiras para tamanho investimento (“morar no exterior”), e partirão, levantando poeira, somente os VERDADEIROS DONOS DO MUNDO.

Brasília, 20 de setembro de 2021.

Ricardo Starling

Eis a questão!

Fazer doações de alimentos para pessoas carentes é um ato belíssimo e estimulado por Cristo.
Se eu pratico a doação, ninguém deve saber, até porque Cristo me ensinou que minha mão esquerda não deve saber o que minha mão direita fez, quando eu doar.
Ele me ensinou também muitas outras coisas. Na mesma toada, Ele me disse que devo orar em segredo, no meu quarto, onde apenas Deus poderá ver, e não como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens.
Caso contrário, minha doação e minha oração de nada valerão (Mt 6, 1-6; e Lc 11, 1-4).
Quanto à fome no mundo, é importante fazer considerações acerca de uma observação muito pertinente de um dos grandes historiadores da atualidade (Harari): já erradicamos a fome no mundo – o que ainda existe são “fomes políticas”; onde há fome é porque aqueles governantes assim o querem (pag. 14 do livro “Homo Deus”).
Por isso, além de trazer no peito a bondade que se desenvolveu por meio da internalização de ensinamentos cristãos, também tenho a consciência de que não posso salvar o mundo contra a ganância dos atuais governantes, mas posso tentar colocar lá governantes que se preocupem mais com a fome, com a educação, com a saúde, com a redução das desigualdades sociais e regionais, com a erradicação da pobreza e com o bem estar de todos.
E, antes que alguém pense, nada disso é COMUNISMO.

Ricardo Starling

Brasília, 9 de setembro de 2021

novo vento amigo

Olha o dia de ontem
Acabando na lembrança.
De repente, olha eu de novo
No espelho da esperança.
Tempero, temperança,
Temperamento temperamental.

No vento que soprou lá de Minas,
Ouvi que amigo é coisa pra se guardar
Debaixo de sete chaves.

Daqui do Cerrado eu grito:
Amigo é pra sentar junto,
Jogar conversa fora
E jogar fora essa chave junto.

Eu guardo segredo, meu amigo.
A lembrança morrerá junto comigo.
E o vento que já soprou
Já não volta mais.

Falo da morte porque também é vida
A tal da partida para o mundo invisível.
E a ideia é morrer jovem
O mais velho possível,
Deixando o vento passar
Para o novo vento soprar.

Brasília, 31 de janeiro de 2021

cachorro

(para o meu bom e velho Luke)

Cachorro,
preto, branco, marrom,
bicolor, tricolor, colorido,
acabou de acordar,
dormindo, acordado,
dormindo, acordado.

Fedido!

Rabo grosso,
rabo fino.
Tem raça ou é virador?

Todo cachorro se vira…
Vira-mundo, vira-latas, vira-humanos,
vira os donos, vira-tudo
de pernas pro ar,
de cabeça pra baixo
(o meu é labrador!).

A gente é que pensa que domina
os cachorros.
Os cachorros têm certeza do contrário:
“dominamos!”.

São donos das migalhas,
de um saco inteiro de pão.
Têm até ração,
mas é segunda opção.
Quer mesmo é o que está
na mão.
Churrasco, então…
(tem cachorro vegetariano!)

São donos de todos
os corações de seus donos.
E são cheios de manias
que aprenderam com a gente.

Ah… que olharzinho amoroso…
Tem cachorro que morde
(e morde até o rabo).

Pra cada coisa um olhar
ou um barulhinho gostoso.
Tem cachorro até cheiroso.
Repito: o meu tá fedido!

Mas isso é um mero detalhe
que o torna ainda mais perfeito.
Porque ele me ama do meu jeito
e nunca se importa se eu estou fedido
(ele até gosta).
Quer carinho o dia inteiro…

Uma das maiores virtudes do meu cão
é que ele não fala!
Mas ele vem todo cheio de baba.
Sai pra lá! Não!
Pra não xingar coisa pior.
Depois vem o melhor:
vem o cachorro,
pedindo perdão
por me amar tanto,
me sujar tanto,
por feder tanto…
Mesmo que a culpa seja minha
por não lhe dar banho.

E é assim todos os dias...
Todos, todos, todos.
Neste coração canino tem espaço para todos.

Ricardo Starling

Brasília, 16 de janeiro de 2021

desconstrução

Os remédios para mudar o mundo
têm gosto amargo.

Eu quero atacar o falso real,
de conhecimento geral,
o produto eleito
pela nação,
pela maioria,
em algum delírio social.

Explicar a natureza humana,
sua razão
e sua existência
através da moral ou da ciência
é perda de tempo.

Tem gente que
não ouve nem vê
o que há de melhor,
mas compra e vende
o que há de pior.

E a tal da moral
põe a culpa no meu ombro.
Diz que tudo é um vício,
até gostar de você;
que tudo é errado,
é escombro,
e oprime o que há
em mim
de mais natural.

Viver comigo não é um perigo.
No caminho que eu sigo,
o verdadeiro inimigo
é muito mais perigoso.

Esta canção ou poesia
não é triste.
Triste é quem encontra
tristeza nesta canção
ou poesia.
Pois encontrar alegria
na Divina Tragédia da vida
é ser verdadeiramente feliz.

E não importa a força do golpe,
terei sempre algo a dizer.

Brasília, 15 de janeiro de 2021

Férias!!! Vem álbum novo aí!

Inaugurando o primeiro dia destas férias e um novo estilo de vida. As prioridades são: (1) álbum “João do Sertão”; (2) horta “Roots on the Table”; e (3) publicação deste blog. Vamo que vamo!

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