Muitos se sentem ofendidos quando afirmo que nós humanos temos comportamentos similares aos das pragas!
Dependendo do humor, digo até que SOMOS uma praga (risos).
Explico.
É que, por onde passamos, provocamos destruição do meio ambiente.
Aliás, sob este prisma, conseguimos ser ainda piores do que as pragas, pois, biologicamente falando, as pragas buscam apenas se alimentar e reproduzir (e existem outros elementos que NATURALMENTE controlam as pragas).
E quem é que controla os humanos?
Abro um pequeno “parêntese” para dizer que acredito que a maioria dos que estão lendo este texto cursaram, ao menos, o que hoje é considerado “Ensino Fundamental”. E, dentre outras, aprendemos, naquela etapa, noções básicas e gerais de ciências, história, português, matemática.
Tomando a liberdade de generalizar (e eu sei que existem exceções), o homem tem a DOENÇA de “achar que todo o Universo existe exclusivamente em sua função”.
Tem gente que se acha mais importante que o Sol…
E isso não é “privilégio” do homem moderno e engomado.
Há dezenas de milhares de anos (aprox. 70 mil), os humanos se espalharam, a partir da África, para o resto do Planeta.
Antes mesmo da Revolução Agrícola (há 12 mil anos) e da invenção da escrita e do dinheiro (há 5 mil anos), os homens da Idade da Pedra já haviam contribuído significativamente para a extinção (1) das demais espécies humanas (“neanderthalensis” e “floresiensis”); (2) de 90% dos animais de grande porte da Austrália; (3) de 75% dos grandes mamíferos da América; e (4) de 50% de todos os grandes mamíferos do mundo.
É óbvio que nossos ancestrais não tinham consciência de que, para se alimentarem, fazerem roupas etc., matavam mais exemplares do que a capacidade de procriação de tais animais.
Só que hoje temos plena consciência das consequências de nossos atos. Entretanto, o desenvolvimento econômico e tecnológico é uma DROGA VICIANTE e extremamente LETAL.
Neste ponto, colaciono as palavras do professor de Direito Ambiental Frederico Amado:
“Com efeito, embora queira, felizmente o homem não tem o poder de editar as regras da natureza, contudo tem o dever de respeitá-las, sob pena de o meio ambiente ser compelido a promover a extinção da raça humana como instrumento de LEGÍTIMA DEFESA NATURAL, pois é inegável que o BICHO-HOMEM é parte do todo natural, mas o EGOÍSMO HUMANO (visão antropocêntrica pura) cria propositadamente uma MIOPIA TRANSINDIVIDUAL, em que poucos possuem lentes para superá-la.
É preciso compreender que o crescimento econômico não poderá ser ilimitado, pois depende diretamente da disponibilidade dos recursos ambientais naturais, que são limitados, já podendo, inclusive, ter ultrapassado os lindes globais da sustentabilidade.”
Continuando, não é necessário muito esforço intelectivo para enxergar que a CRENÇA de que somos superiores à fauna e à flora (quiçá ao Universo) é o elemento central da ordem legal-política-econômica global.
E mais.
O expansionismo e o consumismo desenfreados já nos impulsionam para partirmos da Terra em busca de novos meios ambientes exploráveis.
Para isso, precisaremos ACABAR DE VEZ com o meio ambiente do Planeta em que vivemos, com o fim de desenvolvermos condições para as futuras JORNADAS: Naves Espaciais que não explodam – porque ainda explodem – e incontáveis tecnologias vinculadas.
É, meus caros… Só que quando chegar o momento de partir (se é que chegará), aqui, na INABITÁVEL Terra, será deixada para trás a IMENSA MULTIDÃO de humanos desprovidos de condições financeiras para tamanho investimento (“morar no exterior”), e partirão, levantando poeira, somente os VERDADEIROS DONOS DO MUNDO.
Brasília, 20 de setembro de 2021.
Ricardo Starling
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